Ética das Virtudes e Utilitarismo: Uma Aproximação por Aparências

Uma das diferenças fundamentais entre os seres humanos e os outros animais está na possibilidade de sofisticação do pensamento para o alcance de grandezas morais. Para Aristóteles, hábitos que direcionam o homem em direção ao bem são vitáskafül bőr air nike sneakers nike air max ivo black and white air nike sneakers air nike sneakers meilleur lampe uv nike technical cross body bag sport jumpsuit nike checkerboard vans ochre škare za plastične cijevi isolateur cloture electrique ruban dlm382 converse blanche et doré Purchase Iowa rugby uniforms, Iowa olive jerseys, Iowa rugby shoes, and other accessories converse blanche et dorértudes. Por outro lado, são chamados vícios as práticas que o degeneram. Diante disso, uma base ética torna-se necessária para que os seres humanos desenvolvam virtudes que os elevem individualmente. Como consequência, haverá um progresso coletivo, pois uma sociedade fundamentada em princípios moralmente corretos possibilita o desenvolvimento humano.

O estudo da ética é complexo, antigo e alvo de diferentes abordagens. Se no final do século XIX até 1930 as questões éticas nos estudos no campo da Administração praticamente inexistiam, a partir da década de 1970, surge a ética administrativa como um campo de pesquisa, envolvendo discussões sobre dimensões morais, ética no contexto organizacional e relações entre moralidade pública e privada. Alguns autores se debruçaram sobre o estudo da ética. Valls (2017) observa a ética como o estudo científico ou filosófico acerca dos costumes e ações dos seres humanos. Já Siau e Wang (2020) entendem que a ética é objeto de estudos multidisciplinares e consiste em um sistema de princípios, regras ou diretrizes que concorrem para definir o que é bom e correto.

Cabe ressaltar a importância da Ética das Virtudes para a Administração Pública. Ames (2020) sustenta que esta corrente filosófica é capaz de oferecer uma perspectiva de reflexão acerca das relações entre stakeholders, redes de governança e coprodução de bens públicos no sentido de abrir um leque de possibilidades de observações acerca dos diversos papéis que os atores sociais e políticos possam desempenhar no tecido social e em que medida suas práticas podem contribuir, ou não, para o aperfeiçoamento dos espaços públicos, do alcance da felicidade e do bem comum.

Já o campo epistemológico utilitarista, perpetuado por autores como John Stuart Mill (1806-1873) e Jeremy Bentham (1748-1832), determina como ações válidas aquelas capazes de proporcionar a máxima felicidade e prazer ao maior número possível de pessoas. Ou seja, a ação moral válida será unicamente aquela em que beneficia a maior quantidade de pessoas em detrimento de outras (BENTHAM, 1979). Sua premissa principal é o da utilidade e a maximização e, segundo autores como Foot (1985), sua vulnerabilidade mais notável é o consequencialismo. O utilitarismo demonstra-se incapaz de antever todas ou as maiores decorrências das ações humanas, desde que elas correspondam a bons resultados aos seres humanos. Significa dizer que, todas as ações cuja finalidade seja o progresso tecnológico, por exemplo, são válidas, pois aumentam a qualidade de vida dos seres humanos, mesmo que isso demande sacrifícios ambientais.

Enquanto a Ética das Virtudes caracteriza-se por normas, bens e virtudes em constante dinamicidade, o utilitarismo enfatiza os bens desvinculando-se das normas e virtudes. E diante disso, percebe-se que o utilitarismo se caracteriza por um reducionismo na motivação do homem, tal como autores como Philippa Foot (1985) sustentam: ambas as éticas são incompatíveis. Entretanto, Zappellini (2020) aponta determinadas semelhanças entre as correntes Utilitarista e da Ética das Virtudes: (i) as duas enfocam a razão, e não emoções e sentimentos, para a definição de um comportamento moral; (ii) ambas situam a felicidade como o objetivo final da humanidade, apesar das duas correntes compreenderem diferentemente o que se entende por felicidade humana; (iii) a ação moral é definida por consequências dos atos.

Apesar das semelhanças à primeira vista, é mais possível haver uma aproximação entre Utilitarismo e Ética das Virtudes por distinção do que por semelhança. Ou melhor, mesmo que haja uma aproximação, ela caracteriza-se por aparências. Seus fundamentos e focos são distintos e sua integração é pouco significativa.

REFERÊNCIAS

BARTNECK, Christopher et al. An introduction to ethics in robotics and AI. Springer Nature, 2021.

BENTHAM, J. Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação. In: Jeremy Bentham. Coleção os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural, 1979. p. 3-18.

BOUDON, R. Individual Action and Social Change: A No-Theory of Social Change. Hobhouse Memorial Lecture. The British Journal of Sociology Vol. 34, No. 1, (Mar., 1983), pp. 1-18.

FOOT, Philippa. Utilitarianism and the virtues. Mind – New Series, Oxford, v. 94, n. 364, p. 196 – 209, Apr. 1985.

MILL, S. O que é o utilitarismo? In: MILL, S. Utilitarismo. São Paulo: Escala, 2007.

RESNIK, David B. et alWhat is ethics in research & why is it important. December, 2015.

SERAFIM, Mauricio C. Virtudes E Dilemas Morais Na Administração. Clube de Autores, 2020.

SIAU, Keng; WANG, Weiyu. Artificial intelligence (AI) ethics: ethics of AI and ethical AI. Journal of Database Management (JDM), v. 31, n. 2, p. 74-87, 2020.

ZAPPELLINI, Marcelo. Virtudes e Utilitarismo: Um Diálogo Impossível. [Admethics Blog]. Disponível em: https://www.admethics.com/br/virtues-and-utilitarianism-an-impossible-dialogue/. Acesso em: 07 de setembro de 2023.

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